18.10.09

Estudos portugueses sobre mosaicos romanos encontrados em Portugal apresentados em Bursa


Está a decorrer em Bursa, no noroeste da Turquia, o XI Simpósio Internacional de Mosaicos que conta com a participação de arqueólogos e investigadores portugueses.
Virgílio Lopes vai apresentar uma comunicaçao no dia 19 de Outubro intitulada Mosaicos da Antiguidade Tardia em Portugal. No mesmo dia, Jorge António, Maria Teresa Caetano e Cátia Mourão apresentam outra intervenção com o título O Mosaico da Casa da Medusa (Portugal, Alter do Chão). As intervenções oriundas de Portugal terminam dia 19 com a participação de Filomena Limão e o tema A Representação dos Vasos (cântaro, cratera) nos Mosaicos Romanos em Portugal: Abordagem Formal e Iconográfica da Antiguidade Clássica à Antiguidade Tardia. No dia 20, Miguel Pessoa apresentará uma comunicação denominada Um Stibadium com Mosaico na Villa Romana do Rabaçal, Penela, Portugal. No mesmo dia Maria de Jesus Duran Kremer apresenta o tema Os Mosaicos Geométricos da Villa Romana de Abicada: O seu Papel no Contexto dos Mosaicos Romanos do Algarve.

Veja o programa completo deste simpósio aqui.

23.9.09

Utensílio de ferro mais antigo do mundo encontrado em Kaman-Kalehöyük


Kaman-Kalehöyük é um sítio arqueológico da Idade do Bronze, localizado na Turquia, na província de Kırşehir, na aldeia de Çağırkan, cerca de três quilómetros a Este da cidade de Kaman e a cerca de 100 quilómetros a sudeste de Ancara. Ocupa um monte com cerca de 280 metros de diâmetro e cerca de 16 metros de altura.
Tem sido objecto de escavações arqueológicas contínuas por parte do Instituto Japonês de Arqueologia da Anatólia (JIAA) desde 1986.
Foram identificados quatro períodos em Kaman-Kalehöyük: Império Otomano/período Bizantino (séculos XV-XVII), Idade do Ferro (séculos XII-IV a.C.), Idade do Bronze Médio e Final (séculos XX-XII a.C.), e Idade do Bronze Inicial (3.º milénio a.C.). Foram também encontrados artefactos do período Calcolítico e Neolítico, mas ainda não foram escavados povoados desses períodos.
As escavações em Kaman-Kalehöyük revelaram novas ideias sobre a história da Anatólia. Por exemplo, o período após o colapso do Império Hitita, dos séculos XII ao VIII a.C., na Idade do Ferro, tem sido denominado de "Idade das Trevas" por serem considerados anos sem cultura significativa. Contudo, a escavação em Kaman-Kalehöyük forneceu uma série de níveis de ocupação e de artefactos. Nos níveis do 2.º milénio a.C., a sucessão de níveis culturais é claramente visível, desde o período Colonial assírio, o reino hitita e o período imperial hitita. Têm também sido descobertos artefactos que lançam novas opiniões sobre o início da Idade do Ferro.
Em 2000 foram descobertos fragmentos de um artefacto de ferro que pode revolucionar a história da produção de utensílios de ferro e recuar o início da Idade do Ferro estabelecido a cerca de 1500 a.C.
O artefacto, que se encontra fragmentado e que terá um comprimento total de cinco centímetros, será parte de uma faca e foi retirado de um nível estratigráfico com cerca de 4000 anos, ou seja datado de 2100-1950 a. C. Outro fragmento, de escória de ferro, mede dois centímetros de diâmetro. Foram também encontradas duas rochas com vestígios de ferro, sugerindo que o trabalho do ferro também terá existido neste sítio.
Estudos feitos no Museu Iwate, em Morioka, mostraram que a peça de ferro será cerca de 200 anos mais antiga do que uma outra que foi retirada do mesmo local em 1994 e que se pensava ser a mais antiga peça de ferro alguma vez produzida nos séculos XX-XVIII a.C.
Pensa-se que estas peças de ferro terão sido produzidas perto do sítio de Kaman-Kalehöyük, tal como a escória de ferro com dois centímetros de diâmetro. Hideo Akanuma, um arqueólogo do Museu Iwate, referiu que o achado levou a uma mudança na história da produção do ferro, e que se pensava que se pensava anteriormente que a produção do ferro tinha começado no reino hitita nos séculos XIV-XX a.C.

12.9.09

Descoberto busto do imperador Augusto em Laodicéia

Descoberto busto do imperador Augusto em Laodiceia
Foi descoberto um busto do imperador romano Augusto na cidade antiga de Laodicéia, em Denizli.
O busto foi encontrado junto a uma necrópole, segundo o professor Celal Şimşek, director do departamento de Arqueologia da universidade de Pamukkale e também director das escavações arqueológicas na cidade antiga de Laodicéia.

19.4.09

Descoberto templo em Tayinat



Foi descoberto na Turquia, em Tayinat, na província de Hatay, no sudeste da Turquia, a cerca de 25 quilómetros de Antakya, um templo muito bem preservado, que se pensa ter sido edificado durante o reinado do rei Salomão, nos séculos X e IX a.C.
Tell Tayinat localiza-se a cerca de 800 metros do sítio de Tell Atchana, a cidade antiga de Alalakh. Foi um importante centro urbano durante a Idade do Bronze Inicial, e pensa-se que foi a antiga Kunulua, a capital dos reinos neo-hititas de Patina/Unqi. Patina ou Unqi eram nomes utilizados pelos Assírios. O nome hitita é desconhecido.
A descoberta do templo foi feita no âmbito do projecto arqueológico Tayinat (TAP) da Universidade de Toronto, no Verão de 2008. Este achado lança dúvidas sobre a tradicional visão de que a transição da Idade do Bronze Final para a 1.ª Idade do Ferro foi abrupta e culturalmente descontínua. Fontes antigas descrevem uma era de fome, conflitos étnicos e movimentos populacionais que prolongaram a Idade das Trevas, marcada por um declínio cultural e por conflitos étnicos durante os primeiros séculos da Idade do Ferro. Mas recentes descobertas, incluindo as escavações no âmbito do projecto Tayinat, revelaram que algumas dinastias no poder sobreviveram ao colapso dos grandes poderes da Idade do Bronze. "As escavações que estamos a realizar não só começaram a revelar vastos achados da Idade das Trevas, mas o cenário arqueológico emergente sugere que durante este período, Tayinat foi a capital de um reino poderoso," revelou Timothy Harrison, professor de Arqueologia do Próximo Oriente na Universidade de Toronto e director do projecto.
Segundo o mesmo, as escavações descobriram um templo com um amplo pátio empedrado e com entrada porticada e pontuada por uma escadaria monumental, e fragmentos de estelas monumentais com gravações em escrita luvita (uma escrita de hieroglifos extinta que foi falada no território hoje ocupado pela Turquia). Pensa-se que as estelas estariam originalmente dispostas verticalmente sobre plataformas de pedra no pátio do templo. A ala central do edifício terá sido destruída por um forte incêndio. Foi preeenchida com tijolos de barro carbonizados, madeira, pedaços de bronze incluindo rebites e fragmentos de marfim com gravações - claramente restos de mobiliário. Fragmentos de folhas de ouro e prata também foram encontrados.
As escavações de 2009, que começarão a 1 de Julho, incidirão sobre o interior do templo.
TAP é um projecto internacional que envolve investigadores de uma dúzia de países e mais de 20 universidades e institutos de pesquisa. É patrocinado pelo Conselho de Investigação de Ciências Sociais e Humanidades e pelo Instituto de Pré-História do Egeu (INSTAP), e é apoiado pela Universidade de Toronto.

11.3.09

História de Istambul recuou 6000 anos

Arqueólogos descobriram em Istambul um túmulo que prova que a cidade é 6000 anos mais antiga do que se pensava.
Os esqueletos de dois adultos e de duas crianças enterrados juntamente com recipientes cerâmicos e outros artefactos foram descobertos em Yenikapı, no local onde está projectada uma linha férrea.
Segundo İsmail Karamut, director do Museu Arqueológico de Istambul e também um dos directores da escavação, foram detectados vestígios de habitações construídas com troncos de árvores e, junto ao povoado, num pântano, foram encontrados pequenos objectos, peças de madeira e ossos. De acordo com İsmail Karamut, tudo aponta para a existência de um povoado neolítico na península histórica de Istambul, onde habitaram pessoas que se dedicavam à agricultura e à pesca.
Os historiadores acreditavam que Istambul tinha sido povoada pela primeira vez em 700 a.C., mas estas descobertas revelaram um passado mais distante.
Já tinham sido encontrados anteriormente vestígios neolíticos em dois subúrbios de Istambul nos anos 50 e 80 do século XX, mas este foi o primeiro achado no coração histórico da cidade. Acredita-se que a datação do povoado se situa entre 6400 a.C. e 5800 a.C., muito antes da formação do Estreito do Bósforo e quando o Mar de Mármara era ainda um lago.
Os primeiros habitantes de Istambul terão vivido em ambas as margens de um rio que nessa altura passaria por Yenikapı.
Inicialmente, as escavações arqueológicas em Yenikapı estavam pensadas para durar seis meses, mas já duram há quatro anos. Com a pressão para que os trabalhos arqueológicos acabem e dêem lugar ao projecto da linha férrea, os arqueólogos muitas vezes trabalharam em turnos durante 24 horas. Os custos do atraso da construção ainda não foram contabilizados.
A escavação em Yenikapı atingiu agora a rocha mãe, e não se esperam muitas mais descobertas. Ainda decorrem trabalhos de remoção de grandes quantidades de lama de um pântano que preservou alguns dos mais antigos artefactos de madeira jamais encontrados.

Ver também: Importantes descobertas arqueológicas no Mar de Mármara.