29.12.08

Descoberta acidental de duas sepulturas do século VII a.C.

Descoberta acidental de duas sepulturas do séc. VII a.C.

Foram descobertas duas sepulturas datadas do século VII a.C, durante trabalhos de construção de uma rede de esgotos. O achado foi feito numa casa particular localizada na aldeia de Damlıboğaz em Milas, na província de Muğla, onde se situa a cidade antiga de Hydai.
As sepulturas encontram-se bem preservadas e contêm esqueletos humanos, vasos de cerâmica, recipientes de vidro e equipamento de caça. Erol Özen, director do museu local, está a conduzir os trabalhos de escavação e disse que "os achados encontrados nas sepulturas poderão fornecer pistas importantes sobre o modo de vida daquele período. Forças policiais guardarão as sepulturas durante os trabalhos de escavação. Exemplares semelhantes aos artefactos de Damlıboğaz só existem no museu Sadberk Hanım."
O dono da propriedade onde as sepulturas foram encontradas disse ter ficado muito surpreendido com os achados. Referiu que herdou a casa de seu pai, que por sua vez a herdou também do seu pai e referiu: "Temos vivido num tesouro cultural durante anos sem o sabermos. Por outro lado, já não posso construir uma rede de esgotos na minha casa mas descobrimos um achado histórico de grande importância. Realmente não sei se deverei estar feliz ou não."

Cidade antiga de Hydai
Não existem sinais visíveis de estruturas arquitectónicas no solo, uma vez que deverão ter sido cobertas pelos aluviões transportados pelo ribeiro Sarıçay. O nome 'hydai' significa 'água' em Grego antigo.
Duas outras sepulturas foram encontradas na aldeia, no ano 2000, durante trabalhos de escavação conduzidos em colaboração com o departamento de arqueologia e história de arte da universidade de Muğla. Os resultados desses trabalhos estão em exibição no Museu Milas.
Também se sabe que naquele tempo a língua falada era o Grego, e que as cerâmicas de Damlıboğaz eram exportadas para Rodes, que foi uma ilha de Cária desde o século III a.C. até aos tempos bizantinos.

(Fonte: Hurriyet Daily News)

23.11.08

Descoberta de rara estela funerária da Idade do Ferro



Archaeologists in southeastern Turkey have discovered an Iron Age chiseled stone slab that provides the first written evidence in the region that people believed the soul was separate from the body. 

The Neubauer Expedition of the Oriental Institute at the University of Chicago found the 800-pound basalt stele, 3 feet tall and 2 feet wide, at Zincirli, the site of the ancient city of Sam'al. 

Once the capital of a prosperous kingdom, it is now one of the most important Iron Age sites under excavation. 

The stele is the first of its kind to be found intact in its original location, enabling scholars to learn about funerary customs and life in the eighth century BCE. 

The man featured on the stele was probably cremated. According to the inscription, the soul of the deceased resided in the stele. "The stele is in almost pristine condition," said David Schloen, Associate Professor at the Oriental Institute and Director of the University's Neubauer Expedition to Zincirli.

German archaeologists first excavated the 100-acre site in the 1890s and unearthed massive city walls, gates and palaces. A number of royal inscriptions and other finds are now on display in museums in Istanbul and Berlin.

Schloen and his team from the University of Chicago have excavated Zincirli for two months annually since 2006. "Zincirli is a remarkable site," said Gil Stein, Director of the Oriental Institute. "Because no other cities were built on top of it, we have excellent Iron Age materials right under the surface. It is rare also in having written evidence together with artistic and archaeological evidence from the Iron Age. "The stele was discovered last summer in a small room that had been converted into a mortuary shrine for the royal official Kuttamuwa, self-described in the inscription as a 'servant' of King Panamuwa of the eighth century BCE. It was found in the outer part of the walled city in a domestic area—most likely the house of Kuttamuwa himself — far from the royal palaces, where inscriptions had previously been found. A translation of the inscription by Dennis Pardee, a professor of Near Eastern languages and civilization at Chicago, reads in part: "I, Kuttamuwa, servant of [the king] Panamuwa, am the one who oversaw the production of this stele for myself while still living. I placed it in an eternal chamber [?] and established a feast at this chamber: a bull for [the god] Hadad, a ram for [the god] Shamash and a ram for my soul that is in this stele." In addition to the writing, a pictorial scene chiseled into the well-preserved stele depicts the culture’s view of the afterlife. A bearded man wearing a tasseled cap, presumably Kuttamuwa, raises a cup of wine and sits before a table laden with food, bread and roast duck in a stone bowl. 

The finding sheds a striking new light on Iron Age beliefs about the afterlife. In this case, it was the belief that the enduring identity or 'soul' of the deceased inhabited the monument on which his image was carved and on which his final words were recorded. "Normally, in the Semitic cultures, the soul of a person, their vital essence, adheres to the bones of the deceased," said Schloen. "But here we have a culture that believed the soul is not in the corpse but has been transferred to the mortuary stone.

"According to Schloen, the stele vividly demonstrates that Iron Age Sam'al, located in the border zone between Anatolia and Syria, inherited both Semitic and Indo-European cultural traditions. In future excavation campaigns, the Neubauer Expedition, under Schloen's direction, plans to excavate large areas of the site in order to understand the social and economic organization of the city and its cultural development over the centuries.

(Sources: NewsWise, The New York Times)

26.8.08

Desenterrada na Turquia estátua colossal do imperador Marco Aurélio


Sagalassos (actual Ağlasun, na Turquia), em escavações há 12 anos, foi novamente palco de uma grandiosa descoberta: foi desenterrada a cabeça de uma grande estátua do imperador romano Marco Aurélio. Só a cabeça tem 90 centímetros de comprimento, diz a AFP. A estátua completa, em mármore talhado, teria 4,5 metros de altura. Foi a terceira grande estátua a ser desenterrada no local. Há um ano, a equipa de arqueólogos liderada por Marc Waelkens, da Universidade Católica de Lovaina, na Bélgica, descobriu fragmentos de uma estátua do Imperador Adriano, e no mês passado desenterraram a cabeça e um braço de Faustina, a Velha, mulher do Imperador Antonino Pio. A descoberta da estátua de Marco Aurélio veio confirmar a suspeita de que esta zona dos balneários (o frigidarium, a sala maior e mais fria das termas) romanos terá albergado os Cinco Bons Imperadores, e que as divisões em redor desta divisão terão contido as estátuas de toda a dinastia Antonina – líderes de origem espanhola que governaram o Império Romano durante o século II a.C. As pernas e o braço da estátua do imperador estavam a ser desenterrados há meses, mas foi a descoberta da cabeça, no dia 20, que permitiu identificar a sua identidade. Segundo Waelkens, a cabeça colossal, com pouco menos de um metro de altura, tem a barba e os olhos salientes característicos de Marco Aurélio. Os pupilos ficaram a admirá-la “como que em profunda contemplação, adequada a um imperador que foi mais um filósofo do que um soldado”, afirmou o arqueólogo. Marco Aurélio é lembrado, ainda hoje, pelos seus escritos, e como um dos maiores filósofos estóicos. Pela sua contribuição ao Império Romano, é considerado um dos Cinco Bons Imperadores. Reinou de 161 a 180 a.C.

(Fonte: Público)

16.8.08

Descoberta cabeça colossal de imperatriz romana no sudoeste da Turquia

Arqueólogos encontraram na Turquia a cabeça de mármore colossal de uma imperatriz romana.
De acordo com os indícios encontrados, os especialistas acreditam que a peça mostre o rosto de Faustina, a Velha, que foi casada com o imperador Antonino Pio.
A cabeça foi desenterrada de um sítio arqueológico na antiga cidade de Sagalassos, no sudoeste da Turquia, onde, no ano passado, foi encontrada uma estátua gigante do imperador romano Adriano.
A peça de mármore foi encontrada a apenas seis metros de onde a estátua de Adriano foi retirada.
O rosto de Faustina estava virado para baixo, enterrado nas ruínas de termas romanas parcialmente destruídas por um terramoto entre os anos 540 e 620 d.C.
Sagalassos era um centro urbano importante do império romano, mas foi abandonado após ter sido atingido por vários abalos sísmicos.
A equipa liderada pelo arqueólogo Marc Waelkens, da Universidade Católica de Leuven, na Bélgica, tem escavado o local desde 1990.
No início, os arqueólogos suspeitaram que se tratava de uma estátua da mulher de Adriano, Vibia Sabina. Mas ao virarem a cabeça, perceberam que a peça tinha feições muito diferentes das descrições de Sabina.
Segundo os especialistas, tudo indica que a cabeça retrate Faustina, que viveu um casamento de 31 anos com o sucessor e filho adoptivo de Adriano, Antonino Pio.
A imperatriz era muito respeitada principalmente devido a seus trabalhos de caridade.
Há relatos de que depois de sua morte, em 141 d.C, o seu marido a tenha venerado como deusa.
O local onde as estátuas de Faustina e Adriano foram encontradas era provavelmente um frigidarium, um sala com uma piscina de água fria.
O sítio arqueológico faz parte de um complexo de termas que está a ser escavado.

(Fonte: BBC)

28.5.08

Importantes descobertas arqueológicas no Mar de Mármara

As obras para a construção do canal de Mármara, um túnel ferroviário que ligará daqui a alguns anos os dois lados de Istambul, na Turquia, permitiu a descoberta de achados de várias épocas históricas da antiga Constantinopla. Esses achados datam do Período Neolítico, Bizantino e Otomano e incluem, entre outros, um cemitério de navios do Período Bizantino, um porto do século IV e um troço de 50 metros das antigas fortificações de Constantinopla nunca antes encontradas.
Mais de 70 arqueólogos e 700 funcionários trabalham dia e noite nas escavações iniciadas há quatro anos.
"O projecto de Mármara é financiado por um único banco japonês preocupado com a preservação do património”, afirmou Aksel Tibet, citado pelo jornal “Le Monde”, arqueólogo do Instituto Francês de Estudos da Anatólia que participou num relatório dirigido à UNESCO com o objectivo de medir o impacto deste canal.
O director das escavações, Metin Gökçay, não sabe quando terminarão os trabalhos porque todos os dias surgem novos achados.
No local dos trabalhos podem ver-se os materiais exumados nos últimos dias: moedas, pedaços de cerâmica e de ossos empilhados em várias caixas. Os objectos são de seguida lavados, triados, identificados e finalmente classificados.

Um simpósio está a ser organizado por equipas de investigadores para apresentar os resultados destas escavações levadas a cabo desde 2004 e que vêm trazer uma nova abordagem sobre a história da actual Istambul. Entre as maiores descobertas destacam-se um vasto complexo de cerâmicas, em Sirkeci, no lado europeu, e uma capela bizantina mencionada nos textos antigos, em Üsküdar, no lado asiático. Mas o mais impressionante foi um porto de comércio importante, o “Eleutherion”, fundado no reinado de Teodósio I no século IV. “É um dos lugares arqueológicos náuticos mais importantes de todos os tempos”, afirmou James Delgado, do Instituto de Arqueologia Subaquática da Universidade do Texas, citado pelo "Le Monde". No local é possível observar-se a base de um farol, de um cais, uma igreja do século XII, assim como os restos de pelo menos 31 navios bizantinos, datados do século VI ao século XI. Gökçay estima que uma dezena de outras embarcações ainda se encontrem soterradas. "São o tipo de embarcação que só conhecíamos através de documentos”, precisou Aksel Tibet. No interior desses barcos foram encontradas dezenas de ânforas intactas, mercadorias de toda a espécie, sapatos, utensílios de cozinha, objectos que enriquecem consideravelmente o conhecimento da história da cidade. “Era um dos portos mais importantes da cidade. [A descoberta permite] um avanço na compreensão das ligações e dos recursos comerciais entre o Império Bizantino e o resto do mundo”, explica Gökçay. O objectivo é abrir um museu próximo do lugar para apresentar as descobertas.



A presença de um porto situado a mais de 400 metros da actual costa do mar de Mármara tem intrigado os geólogos. Segundo um desses estudiosos, Doğan Perinçek, o "Eleutherion" terá sido submergido por um ou dois tsunamis que engoliram navios e os seu carregamentos. Um cenário que poderá voltar a repetir-se, uma vez que a região de Istambul é atravessada por uma importante falha sísmica.

(Fonte: Público)