21.9.06

Escavações em Çatalhöyük põem a descoberto o amanhecer de uma civilização

Escavações em Çatalhöyük põem a descoberto o amanhecer de uma civilização
Um total de 130 casas foram descobertas até agora durante as escavações de Çatalhöyük, disse o co-director dos trabalhos arqueológicos Shahina Farid.
Çatalhöyük é um sítio arqueológico com 9000 anos e localiza-se na cidade de Cónia, na Turquia. As primeiras escavações do sítio, considerado um dos mais antigos povoados da história da humanidade datado do período Neolítico, foram conduzidas pelo arqueólogo inglês James Mellart, que descobriu 80 casas durante as escavações realizadas entre 1961 e 1964.
Os trabalhos no sítio foram retomados em 1993 após uma longa paragem. "Cinquenta novas casas foram descobertas depois dessa data", disse Farid. "Estamos a tentar iluminar um período obscuro da humanidade com estas escavações. Os achados arqueológicos revelam que há 9000 anos existiu um rio e pequenos lagos nesta região. Também encontrámos edifícios sobrepostos. As casas mais antigas foram destruídas depois de um período de povoamento e novas estruturas foram construídas sobre as mesmas. Acreditamos que Çatalhöyük albergou cerca de 7000 a 10 000 habitantes num mesmo momento". Shahina Farid disse também que a comunidade construiu estas casas com carvalho e álamo e que colunas de madeira terão sido trazidas através do rio, ao longo de 40 quilómetros. Acrescentou ainda que essas colunas terão sido reutilizadas na construção de novas casas. "Também encontrámos mais de 60 esqueletos humanos em casas construídas com tijolos de barro dispostas umas ao lado das outras. Os habitantes desse período enterravam os mortos debaixo da casa, para estarem perto dos seus antepassados. Por outras palavras, os habitantes de Çatalhöyük nasceram, morreram e foram enterrados nestas casas. Também verificamos na nossa investigação, que esta comunidade cultivava, criava animais e caçava animais selvagens. Acreditamos que as vacas foram domesticadas durante esse período”. Disse igualmente que não identificaram tecidos nos esqueletos, acrescentando: "até agora, os pedaços de couro que encontramos perto dos esqueletos, sugerem que usaram peles de veado que caçavam. [...] A escavação deste ano tem neste momento uma equipa de 45 pessoas de diferentes países, chegará aos cerca de 100 elementos em Julho, e terminará no final de Setembro", acrescentou.

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